
“Temos uma população consciente”, diz Maria de Lourdes Neon
(Imagem/Murilo Lima)
Amanhã é o Dia Mundial da Doação de Sangue e no Brasil menos de 2% da população é doadora. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal seria que a doação de sangue envolvesse entre 5% e 6% da população. Para piorar esse cenário, com a proximidade do inverno há queda no volume de doações em relação às outras estações.
Por isso, os funcionários de hemocentros de todo o país voltam a arregaçar as mangas em novas campanhas de conscientização sobre a importância da doação de sangue e de medula óssea. Em Maringá, apesar de registrar índices de doação acima da média nacional, a situação não é diferente.
A assistente social Maria de Lourdes Neon, do Hemocentro, conversou com o Jornal Matéria Prima sobre as formas de atrair novos doadores de sangue e medula óssea. Segundo ela, a população de Maringá tem se conscientizado para contribuir com as campanhas na cidade. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
Vai da consciência dos motoristas frear a violência, porém Maringá já registrou só este ano mais de 20 mortes no trânsito. O Hemocentro tem esquema diferenciado de atendimento para repassar as doações de sangue aos feridos de trânsito na cidade e região?
As bolsas colhidas aqui no Hemocentro são repassadas a instituições conveniadas, hospitais, clínicas. Quando precisam, a gente repassa para eles a quantidade necessária para atender essas situações.
Atualmente o Paraná conta com 707 mil voluntários cadastrados para doação de medula óssea. Ainda existe receio da população em realizar o cadastro e por esse motivo acaba se tornando uma dificuldade para pacientes encontrarem doadores compatíveis?
A população tem um pouco de receio, sim. O medo de como é o procedimento, na verdade. E de outro lado temos [aqui] uma população bem consciente. Maringá tem um índice bem grande de pessoas que já fizeram o cadastro de medula óssea e também estamos tendo as campanhas. Inclusive agora, neste mês, teremos mais uma campanha só para o cadastro de medula e no próximo mês em julho também teremos um dia só para cadastros, para as pessoas que não podem vir ao Hemocentro.
Estudantes universitários e empresas ajudam nas campanhas de doação
Há várias campanhas nos meios de comunicação incentivando a doação voluntária de sangue em todo o país. O Hemocentro de Maringá realiza campanhas próprias para aquele doador que por algum motivo deixou de realizar novas doações?
Sim. O Hemepar [Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná], que é o responsável, dá um limite para gente fazer cadastros, porque muita gente já fez há muito tempo, mas não lembra. Então, lembramos que o cadastro de medula óssea é realizado uma única vez e fica até a pessoa completar 60 anos de idade. É bom quem já tem o cadastro de medula óssea, sempre ir atualizando. Se mudou de endereço, telefone, essas informações são importantes para gente localizar o candidato.
No dia 24 de maio foi publicado no Diário Oficial da União o “Selo Empresa Solidária”, que visa distinguir empresas que demostrem preocupação social e solidaria com a vida, incentivando os funcionários a realizarem voluntariamente a doação de sangue e medula. São ações assim que ajudam o Hemocentro a ter um estoque regular ou já existem iniciativas de empresas maringaenses?
Já existem, sim, tanto das instituições religiosas como os estudantes universitários e empresas já faziam esse trabalho de realizar campanhas durante o ano para estar repondo nosso estoque.
Serviço:
Interessados em doar sangue ou medula óssea devem procurar o Hemocentro de Maringá, localizado na Av. Mandacaru, 1.600 – Parque das Laranjeiras, de segunda a sexta das 7h às 18h30, e, aos sábados, das 7h às 12h30. Mais informações clique aqui ou pelo telefone (44) 3011-9400.